Com Dr. Nailton Jatobá

Nós brasileiros passamos por um momento que merece uma reflexão que deverá ser tão mais profunda e importante quanto o que pretendemos para o nosso futuro como nação.

Vimos, ouvimos e participamos de alguma forma de manifestações espontâneas nascidas do seio popular que vão as ruas, em vozes uníssonas, clamando por mudança as mais amplas e variadas possíveis. Ecoam gritos de todos os recantos de nosso país que pedem Saúde, Educação, Segurança, Transportes. Ouvimos vozes que pedem seriedade no trato com a coisa publica, cobram moral e dignidade dos nossos representantes em todas as esferas do governo, seja no executivo, no  legislativo como no judiciário, no âmbito federal, estadual e municipal, mostrando que o erro esta incrustado no estado no seio dos nossos representantes, infelizmente em todos os segmentos.

Em meio às manifestações, diga-se de passagem, legitimas, ordeiras, representadas por famílias, trabalhadores, senhores e jovens, todos exercendo o direito de protestar em nome do bem comum, também ouvimos o que era de se esperar nestes períodos, o grito dos oportunistas depredando as manifestações em seu caráter de pacificidade e vandalizando, depredando e saqueando em nome de todos e sem, a bem da verdade, representar o desejo verdadeiro da nação.

Observamos os políticos acuados, como que impressionados pelo poder do povo, do mesmo povo que os elegeu e que foram colocados nas paginas do esquecimento pelas suas ações de improbidade, contrarias ao crescimento, e que de certo modo perdeu o respeito que lhe era direcionado.

Entretanto em uma rápida manifestação de contra ataque moderado pelos conselhos do marketing e da mídia, assistimos as palavras de vários dos intitulados representantes do povo com ideias salutares e até encampando a força do movimento em sua base de verdade como se fossem defensores perpétuos dos clamores que se ergueram.

Não, definitivamente podemos resumir nossos problemas somente a um setor ou a um período mais recente, realmente existe um mar de lama que assola o nosso país associado a toda uma estrutura de danos oriundos dos poderes constituídos, de pessoas sem escrúpulos que vem de longe ocupando os cargos de representação de nosso povo sem condições morais ou administrativas de assim o fazerem. Não podemos esquecer o  próprio povo que não pode se furtar também ao minha culpa, pois se posicionou sempre de forma passiva consentindo com o status quor, infelizmente algo que faz parte de nossa cultura.

A nação acordou diante do látego, o grito é de protesto sentido pela dor, pelo peso dos impostos, pelo esquecimento das obrigações sociais, educacionais, da saúde e de forma mais intensa da segurança, atinge neste momento diretamente todas as classes sociais. O grito é uma forma de se dizer que não acreditamos mais nas palavras bonitas e nas maquiagens do governo sobre a nossa situação e uma constatação de que nosso futuro está entregue em mãos comprometidas com o engodo e as falsas promessas.

Contudo não será fácil, encastelados no poder, manipulam de tal forma a opinião que jogam o povo contra o próprio povo, minimizando suas necessidades e comprometendo suas crenças em mudança semeando a duvida. Não querem ceder, ou se cedem aparentemente oferecem pequenas aberturas que não lhes comprometam o bem estar pessoal.

O Brasil acorda. Para alguns tarde. Eu penso que antes tarde do que nunca, espreguiça-se balançando toda a sua estrutura de gigante adormecido e pondo-se em movimento segue sua marcha rumo ao futuro. Neste momento pensa, e diante do pensamento não pode perder seu foco na mudança.

O Brasil se deixar envolver pelas trocas de quinquilharias oferecidas, não pode deixar de passar a limpo toda a roupa suja escondida nos castelos do poder, não pode aceitar golpes em sua democracia atingindo diretamente a consciência popular.

De uma vez por todas deixemos de lado a nossa passividade e sem violência, mas com a eloquência daqueles que se reconhecem corretos, coerentes com os princípios do desenvolvimento, da verdadeira democracia, do nosso próprio poder, de forma ordeira, vamos passar as páginas da história como uma nação que realizou uma revolução de consciências.

Acorda Brasil.