ALAGOAS: Prefeitos de Alagoas firmam acordo para regularizar matadouros até 2014
Conteúdo publicado por Divulgação em: 27/08/2013 às 8:59h.
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Com G1

Reunião entre prefeitos, aconteceu na sede da AMA, no Farol.

Serão construídos dois matadouros em Viçosa e Olho D’Água das Flores.

[singlepic id=14327 w=320 h=240 float=right]Os prefeitos dos 102 municípios alagoanos se comprometeram, na tarde desta segunda-feira (26), a regularizar os matadouros públicos até 2014. O termo foi assinado em uma reunião na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) entre gestores municipais, Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ministério do Trabalho e Emprego, Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) após o fechamento de dois matadouros nos municípios alagoanos de Cajueiro e Maribondo, na última sexta-feira (23).

A reportagem do G1 acompanhou a vistoria nesses dois locais e retratou como os animais são sacrificados e as péssimas condições de higiene e de segurança aos trabalhadores. Desde 2012, 19 matadouros foram fechados no estado por não cumprirem as normas de bem estar animal, higiene sanitária e trabalhista e saúde pública.

Durante a apresentação do projeto, o médico veterinário da Adeal, André Sandes, disse que a lei que rege a segurança e manutenção dos matadouros é de 1950. “Fui em vários matadouros e sei a situação de cada um. Sei que é difícil mudar, mas só poderemos avançar se estivermos juntos“, afirma.

Ele apresentou um vídeo com a situação de vários matadouros do estado. As imagens são fortes e chocaram a maioria dos prefeitos. Além de crianças entre as carnes que são comercializadas, foi mostrado o abate de um boi sem qualquer condição de higiene, um verdadeiro desrespeito ao animal morto com vários golpes de machado.

Sei que as cenas que mostrei são fortes, mas é preciso um olhar mais atento aos animais e as condições de trabalho das pessoas que os abatem“, reforça Sandes.

O auditor do Ministério do Trabalho e Emprego Gilberto Vasconcelos, diz que é uma vitória que, dos mais de 40 matadouros, 19 tenham sido fechados. “Me chamaram de doido porque eu queria acabar com essa verdadeira vergonha no estado de Alagoas. Tenho força de vontade e acredito que os prefeitos farão a sua parte“, reforça.

[singlepic id=14328 w=320 h=240 float=left]O presidente da Adeal Marcelo Lima reconheçe o atraso de 63 anos na construção e manutenção de matadouros de qualidade. “Se fecharem todos os matadouros e não derem uma solução, vamos ter o que havia antigamente, onde os animais eram abatidos embaixo de árvores. Fechar matadouro é fácil, difícil é encontrar uma solução para os marchantes [quem mata os animais] e para os prefeitos“, diz.

Os matadouros de Maceió, Rio Largo e Arapiraca também possuem irregularidade, mas de menor proporção. Ficou acordado que eles continuarão em funcionamento, desde que se adequem o quanto antes ao que recomenda a Vigilância Sanitária. Além disso, foi proposta a construção de mais dois matadouros regionais em Viçosa e em Olho D’Água das Flores.

O prefeito de Matriz do Camaragibe, Marcos Paulo do Nascimento (PSD), questionou a situação da Região Norte que, em princípio, não está contemplada com um matadouro na região.

O vice-representante da AMA, Jorge Dantas, diz que a demanda daquela região é menor e, por isso, não é viável investir cerca de R$ 8 milhões em um matadouro. “Não aconselho você a investir tudo isso, você deve investir na qualidade do transporte da carne para o seu município”, afirma.

A prefeita de Olho D’Água das Flores, Maria Ester Damasceno (PMDB), defende que a região do Sertão é carente e que precisa de um local adequado para o abate. “Até onde sei, seria uma parceria entre a iniciativa privada por meio de consórcio. A criação desse matadouro iria resolver a solução. Tinha algumas dúvidas, mas todas foram esclarecidas na reunião“, afirma.

Normas e adequações

Entre as normas a serem seguidas pelos municípios nos abatedouros está a contratação de um técnico especializado na área e um veterinário. Além disso, o abate dos animais deverá ser feito com pistola pneumática e o transporte dos produtos deverá ser feito em veículos apropriados.

Em relação à segurança, o estabelecimento deverá implantar e manter em funcionamento a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como também fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), exigindo e fiscalizando o seu uso.

Também deve ser elaborado o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) em conjunto com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional dos Trabalhadores (PCMSO), visando a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores.

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