Com cerca de 5 mil cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) suspensas em Maceió desde o inicio da paralisação dos médicos anestesistas, em 14 de março, agora a categoria está realizando apenas procedimentos cirúrgicos por determinação judicial. A informação foi dada na manhã de hoje (19) ao Primeira Edição pelo médico Dário Braga, presidente da Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas.
Dário Braga diz que a categoria resolveu radicalizar o movimento devido à falta de pronunciamento e proposta dos secretários de saúde do Estado e do município de Maceió, Alexandre Toledo e Adeilson Loureiro, respectivamente.
De acordo com o médico, a negociação está parada e não existe proposta para que a greve, que já passa dos 30 dias, chegue ao fim na capital alagoana. “Estamos muitos preocupados, pois não somente os médicos sofrem com essa situação, mas principalmente a população de Alagoas que depende em sua maioria do SUS”, disse Dário em entrevista.
Ainda de acordo com o diretor da Cooperativa, na noite desta sexta-feira, 20, a categoria estará fazendo uma nova assembleia para decidir os rumos do movimento grevista. “Desde segunda-feira última (16) que nós só estamos realizando cirurgias por determinação judicial. Os pacientes estão sendo orientados a procurar a Defensoria Pública para poder fazer a cirurgia. E nesta sexta-feira, o descredenciamento do SUS pode ser decidido pela categoria que já não suporta mais a situação”, informou.
Desde o inicio da paralisação, segundo o Dário Braga, a categoria tem buscado apoio com diversas entidades a fim de resolver o problema. “Já conversamos com o Ministério Público Estadual, também com a Câmara de Vereadores de Maceió, mas infelizmente até agora nada foi feito, não tivemos sucesso, não coseguimos avançar”, falou.
Procurado pela reportagem do Primeira Edição o secretário municipal de saúde, Adeilson Loureiro não foi encontrado para falar sobre o assunto, nem atendeu as ligações telefônicas. A assessoria de comunicação da secretaria também não se pronunciou. Disse apenas que existe nenhuma informação nova sobre a negociação.
Já o presidente do sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, indicado como mediador da negociação entre a categoria e a secretaria, disse ao portal Primeira Edição que está há duas semanas sem conseguir falar com o secretário Adeilson Loureiro. “Faz duas semanas que tento falar com o secretário, mas ele não está por aqui, também não atende as ligações”, falou.
Fonte: Primeira Edição