Olá, querido leitor.
Hoje é 15 de outubro, dia dos Professores. Quero parabenizar a todos os docentes que, com todas as dificuldades teóricas e práticas, acreditam numa sociedade emancipada e numa educação não mercantilizada. A eles/elas meu sincero agradecimento, sinto-me verdadeiramente honrada de, brevemente, fazer parte dessa classe lutadora.
Lutadora, mas na filantrópica. A ideia de que ser professor é uma vocação, que deve ser exercida com amor, vem sendo retomada de forma equivocada para justificar as más condições que os profissionais da educação vivenciam. Você já deve ter visto na mídia televisiva propagandas que enaltecem a profissão docente, colocando os professores e a educação como a solução para todos os males sociais. Entretanto, não se investe seriamente na educação e formação de professores, e quando estes reclamam são, por inúmeras vezes, agredidos física e verbalmente.
Infelizmente, é pela educação que os interesses dominantes, ensina-se aos alunos que as relações sociais são, originalmente, desiguais; e, por isso, é preciso haver alguém que mande e alguém que seja dominado. É nesse campo politicamente determinado que os docentes exercem sua profissão.
No entanto, eu acreditasse que a educação APENAS reproduz as relações de exploração, não estaria aqui parabenizando os professores e, em breve, terminado meu curso em licenciatura. Sei que a educação é regida por determinações, mas acredito que, por ela ser pensada e formada por sujeitos, não pode ser fechada e autodeterminada. A educação é, essencialmente, uma prática social. Se os seres humanos inventaram a educação, eles podem transformá-la!Não me importo que me chamem de “utopista”, eu acredito SIM na educação, e conheço pessoas comprometidas com a arte de ensinar e formar cidadãos críticos.
Reconheço as limitações que nos perseguem ao longo da história, pois, como você já deve ter percebido, ser professor é ocupar um lugar contraditório, é querer trabalhar de verdade, mas ser engessado por fatores político-pedagógicos. Recentemente, fiz um estudo acerca da formação de professores no Brasil, e, infelizmente, constatei que nosso corpo docente sempre esteve voltado para atender os interesses de uma minoria que detinha o poder, em detrimento da maior parte da população.
É assim que os professores exercem sua profissão por décadas. Alguns deles, por diversos motivos, aceitam e reproduzem fielmente as desigualdades sociais. Quem não lembra, por exemplo, daquele professor que, arrogantemente, dizia aos alunos:“ Vocês não sabem de nada”. Isto é violência da ordem do simbólico e marca a formação dos sujeitos para sempre. Por favor, se você quer ser professor, seja com amor, ele é base para tudo que é bom e justo. Não ter amor é negar-se a si mesmo, é negar sua profissão; mas é preciso, também, lutar pelos direitos, por boas condições de trabalho, pelo salário que nos é negado.
São muitas as contradições que engedram a profissão docente, mas, convenhamos, é muito bom ser professor! É por isso que agradeço aos docentes comprometidos, eles possibilitaram que eu estivesse hoje aqui, escrevendo e acreditando numa educação humanizadora! Você que não é professor, ame, valorize e lembre-se: você só está lendo este texto porque um professor lhe ensinou.
Amo muito a docência e continuaria escrevendo, levantando questões, mas não quero lhe cansar. Permita-me, no entanto, citar os professores e professoras das Escolas Bíblicas Dominicais, que, verdadeiramente, ensinam por amor a Deus e aos alunos, anunciando o evangelho didaticamente. Aprendamos, enfim, a ensinar com nosso Senhor Jesus Cristo, o Professor dos professores, o Mestre dos mestres!
Lembrando, querido leitor, que este é um espaço de diálogo. Portanto, discorde, concorde, sugira, reflita dê sua contribuição!
Até logo!
Juliana Lima
