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Deputado JHC volta a confirmar denúncias contra a ALE

O deputado estadual João Henrique Caldas (PTN), que denunciou o esquema de irregularidades na folha salarial de assessores e deputados da Assembleia Legislativa (ALE) esteve na manhã desta segunda-feira (9), no Ministério Público Estadual (MPE), para uma reunião com o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, e mais 15 promotores. O objetivo é avaliar as provas apresentadas pelo deputado como fase do processo de investigação.

De acordo com JHC, faltam apenas duas assinaturas para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instaurada na Casa de Tavares Bastos, a deputada Thaise Guedes (PSC) foi a última a assinar o documento. “Nós vamos ter uma conversa agora sobre as investigações e eu vou me colocar à disposição do MP para coloborar no que for possível”, disse. Os também deputados Olavo Calheiros (PMDB) e Judson Cabral (PT) já tinham se mostrado favoráveis à instauração da CPI.

O deputado esclareceu a dúvida dos promotores sobre os valores pagos aos servidores. Ainda segundo JHC, a Mesa Diretora é quem definia quem iria ser beneficiado. Do montante avaliado em quase R$ 4,7 milhões, cerca de R$ 2,6 teriam sido depositados nas contas de 15 servidores um mês antes da eleição de 2012.

O pagamento era feito em várias “frações” como citou o parlamentar. “Se ventila nos bastidores que alguns servidores podem ter recebido três vezes ou até quatro vezes o valor. Eles eram parcelados para não extrapolar o limite”, pontua. JHC disse ainda que a Mesa Diretora se omite ao dar respostas sobre o assunto.

O deputado adiantou ainda que uma empresa contratada pela ALE, a Lógica, seria a responsável por rodar a folha de pagamento. O controle seria feito pela Mesa Diretora e não teria um objetivo claro já que o repasse ultrapassava a gratificação de 100% proposta por uma lei parlamentar de 2012. “Eu mesmo recebi o dinheiro, ele apareceu na minha conta, mas não havia critério na GDE(Gratificação por Dedicação Exclusiva). Logo em seguida pedi para que fosse suspenso o pagamento e fiz a devolução”, esclarece quando questionado pelos promotores. Ele denúncia casos de servidores que receberam quase 600% dessa bonificação.

Presidente da ALE se manifesta contrário

O presidente da Casa Tavares Bastos, Fernando Toledo (PSDB), declarou no mês passado que as denúncias foram ‘precipitadas’. Ele garantiu que vai dar entrada em um processo contra o parlamentar nas esferas civil e criminal já que considerou a postura do colega como um ‘ataque pessoal’.