[singlepic id=13260 w=320 h=240 mode=watermark float=left]Conversamos com o senhor Marcos Alexandre Martins Palmeira, que é presidente da CDL municipal sobre a situação da instituição, e veja na integra através de uma entrevista abaixo descrita como anda a CDL:
AL/Notícias – O que a CDL representa para o comercio local, estadual e nacional?
Marcos Palmeira: A CDL é uma entidade civil, sem fins lucrativos, criada nacionalmente em 1955, que é regida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e destinada para a defesa dos interesses da classe lojista em geral. Possui a finalidade de amparar, defender, orientar e representar no âmbito territorial de sua atuação os legítimos interesses de seus associados. Trata-se, portanto, de uma instituição que atua como representação do varejo no fomento das diretrizes econômicas, políticas e sociais, tendo entre seus objetivos, o da facilitação do relacionamento entre empresários e consumidores, prestando serviços de apoio ao desenvolvimento no setor.
Por essa razão a entidade está articulada com o paradigma organizacional contemporâneo visando a introdução da qualidade no atendimento, produtos e serviços dos empreendimentos locais, com base na gestão do negócio, horizontalização das relações com cursos e treinamentos de formação e qualificação, responsabilidade social e compromisso com desenvolvimento sustentável de São Miguel dos Campos e região. Em vista disso, a entidade procurou nos últimos anos formalizar parcerias para realização de cursos e treinamentos para empregadores e empregados, viabilizando um maior estreitamento na relação entre o comércio e os consumidores por meio de participação pública em eventos educativos, sociais e culturais, bem como ampliando ações e diálogos que visem maior conscientização da categoria com relação a legislação e condução nacional, estadual e local para o setor.
Mediante isso, evidencia-se que a CDL representa os interesses da classe lojista miguelense na busca por um melhor relacionamento entre empresários e consumidores, bem como na luta pelo desenvolvimento sustentável de São Miguel dos Campos.
AL/Notícias – Como CDL avalia o comercio municipal com atual econômica?
M. P.: A avaliação feita a respeito é de que a crise é planetária e devida ao processo de globalização da economia, tornando-se aguda desde a bancarrota de bancos que levaram países como Grécia, Espanha, Itália, França, Portugal e Estados Unidos para uma situação crítica. O Brasil, nem Alagoas, muito menos São Miguel dos Campos poderia passar incólume com todos esses acontecimentos. Atualmente a onda inflacionária ronda nossa economia. Alagoas mantém-se atravessando dificuldades há anos e São Miguel dos Campos tem o acréscimo dos problemas que permeiam todos os municípios brasileiros, caracterizadas por gestões incapazes, descompromisso da população e autoridades com o desenvolvimento da localidade, ausência de identidade com o que é local, entre outros tantos problemas.
Acresçam a estes óbices, o fato de empresas que são criadas no açodamento pela busca exclusiva de lucros, sem planejamento, sem preparo, sem pesquisa a respeito da atividade que se propõe desenvolver, sem identidade de gestão, muito menos preocupada em atender com qualidade sua clientela e participar de forma consciente do desenvolvimento próprio e da cidade.
Como o momento é crítico e de mudança, quem não está preparado e planejado sucumbe às turbulências que se evidenciam na atualidade.
AL/Notícias – Como o senhor avalia o comercio miguelense no período com atual crise econômica?
M. P.: O comércio miguelense não difere muito da grande maioria dos estabelecimentos empresariais municipais de todo país. Que o digam dados estatísticos tanto do SEBRAE como do IBGE.
O empreendimento circunscrito no âmbito municipal é muito carente de formação, por isso empresas são abertas apenas para lucro exclusivo, sem planejamento de gestão, confundindo apurado com lucro, muito menos há preparação para enfrentamento das turbulências que afetam o mercado, exigindo estratégia e competitividade.
Também a mão de obra é carente pela ausência de uma política de formação pelos órgãos públicos municipais.
Em vista disso, observa-se que há uma esmagadora reserva de pessoas que precisam de emprego e não possuem a mínima qualificação para atender as exigências do mercado.
O consumidor não é mais aquela massa de manobra que compra o que vê na vitrine. E como a nossa cidade está bem próxima da capital, muitos consumidores procuram melhor atendimento e melhores condições de compra na capital.
Enquanto o empresário local não tiver a consciência de que precisa se planejar na gestão do seu negócio, aprimorando sua formação empreendedora e se compromissando com o desenvolvimento local, integrado e sustentável, a crise sempre rondará seus negócios como uma ameaça perpétua e inexorável.
AL/Notícias – Qual o subsídio que o município repassa a CDL atualmente?
M. P.: A CDL tem se mantido às suas próprias e parcas expensas. E mesmo assim, devido a convênios firmados com o Sistema Fecomércio tem realizado cursos pelo SENAC para empresários e empregados. Esses cursos foram contemplados com o apoio do Governo do Estado por meio da sessão de espaço em escolas públicas estaduais de São Miguel dos Campos.
Além disso, tem desenvolvido projetos institucionais de valorização do comércio local, tem se articulado com os problemas socioeconômicos da região e tem se preocupado com o desenvolvimento miguelense, desde a educação da criança e sua formação para o futuro, até a necessidade de um posicionamento responsavelmente sustentável para empresariado do município.
Com relação à Prefeitura local, fomos agraciados com seu apoio no transporte durante o evento da I FECOM, em maio do ano passado, em Maceió, graças gestão da vereadora sensível à nossa causa.
Afora isso, temos tentado participar com projetos para melhoria do setor comercial local e na área da educação, não augurando êxito até a presente data, mas na esperança de haver um relacionamento entre a instituição e o órgão público municipal para engrandecimento e promoção do desenvolvimento miguelense.
AL/Notícias –Que se atribui sobre o fechamento de lojas e farmácias do comércio miguelense
M. P.: Em conformidade com dados do SEBRAE e do IBGE, empresas em todo país atravessaram e estão atravessando problemas em razão do despreparo de seus gestores que não se preocupam em se articular com o paradigma organizacional contemporâneo que necessita de planejamento, organização, controle, responsabilidade, estratégias, flexibilidade e competitividade. A ausência de uma visão que integre tais conduções, prejudica o andamento de qualquer empreendimento. Não havendo tal visão e atendimento de qualidade para o consumidor, os mesmos procuram melhores condições de compra onde lhe for mais favorável. Esse é um lado da moeda.
A outra face da moeda compreende as questões que envolvem a carga tributária excessiva penalizando o setor, a crise econômica que grassa de forma nefasta, a falta de identidade da categoria e a ausência do apoio público no fomento de iniciativas que contemplem o desenvolvimento local, integrado e sustentável de qualquer município.
Atribuo, portanto, a esse conjunto de fatores, o fechamento de organizações empresariais em São Miguel dos Campos.
AL/Notícias – A palavra de incentivo do presidente
M. P.: Uma empresa atua num determinado meio. Esse ambiente é coberto por relações múltiplas que envolvem não apenas ganhar dinheiro, mas planejar a forma de gestão visando melhor atendimento, preocupando-se com a realidade e buscando alternativas para o negócio, bem como se voltando para ter uma identidade local para o seu desenvolvimento.
Se São Miguel dos Campos evolui e se desenvolve todos evoluem e se desenvolvem. Enquanto não houver uma identificação de cada um dos miguelenses com a sua própria terra e ambiente, ou seja, enquanto a população não possuir uma identidade miguelense, jamais poderemos sonhar em dias melhores para o nosso município e região.