G1
Documentação está lacrada em sala de um prédio do MP, em Maceió.
Apreensão aconteceu na sexta-feira (1); oficiais catalogam material.
Os documentos apreendidos na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na última sexta-feira (1) devem começar a ser analisados pelo Ministério Público ainda esta semana. O material ainda vai ser catalogado pelos oficiais de justiça.
O material está lacrado em uma sala de um prédio do MP, em Maceió. São peças indispensáveis para que o órgão continue as investigações que levaram ao pedido de afastamento da Mesa Diretora da Assembleia.
“Foram fichas financeiras, documentos contábeis, informações dos servidores da Assembleia e informações contábeis das movimentações financeiras do poder [legislativo]”, explica o promotor presidente do núcleo de defesa do patrimônio público, José Carlos Castro.
Os promotores só vão analisar essa documentação depois que a catalogação for feita pelos oficiais, mas o Ministério Público já adiantou que não teve acesso a uma documentação original que contém informações sobre o pagamento da folha suplementar de servidores comissionados. “Nós não encontramos os originais de alguns documentos que nós reputamos importantes”, conta o promotor Tácito Yuri.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos porque a Assembleia Legislativa não cumpriu os prazos estabelecidos pela justiça para a entrega das documentações. Oficiais de justiça entraram em vários departamentos e foram surpreendidos ao ver a sala do deputado Marcelo Victor arrombada. Os oficiais também não encontraram a CPU de um dos computadores do deputado Marcos Barbosa. Segundo os promotores, alguns servidores já foram ouvidos.
“Já começamos a buscar explicações para tentar entender por que isso teria acontecido, em que circunstâncias, o que supostamente estaria sendo ocultado das investigações do MP, acrescenta Yuri.
O Ministério Público terá um ano para concluir o inquérito civil e ajuizar ação de improbidade administrativa contra a Assembléia Legislativa. É a análise da documentação que vai ditar agora os rumos da investigação sobre as irregularidades que apontam para um desvio de dinheiro público de mais de R$ 70 milhões.
“Claro que antes disso nós já podemos propor algumas ações à medida que as irregularidades venham sendo detectadas, completa Castro.