MUNDO: Itamaraty informa que brasileiro internado por incêndio em Honduras tem quadro estável.
Conteúdo publicado por Divulgação em: 20/02/2012 às 14:00h.
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Número de mortos por tragédia em penitenciária chega a 358; presidente hondurenho reconhece que alguns presos fugiram na confusão

O brasileiro Adilio Gomes Sobral, um dos sobreviventes do incêndio que atingiu o presídio de Comayagua, no centro de Honduras, não sofreu ferimentos graves e seu quadro de saúde é estável, segundo o Ministério das Relações Exteriores.[singlepic id=3435 w=640 h=397 float=center]

 

Sobral foi internado após o incêndio entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta, que deixou 358 mortos na Colônia Agrícola Penal de Comayagua. O número subiu neste sábado após a morte de mais dois presos que haviam ficado feridos por queimaduras.

O brasileiro aguarda sentença por tráfico de pessoas e abuso de menores, mas se diz inocente. Na sexta-feira, o Itamaraty informou que o brasileiro “deve retornar em breve ao sistema prisional” local. Sobral foi visitado pelo embaixador Zenik Krawctschuk, que verificou pessoalmente seu estado de saúde após informações desencontradas e a notícia errada de que o detento teria morrido.

A informação de que o brasileiro estaria entre os mortos do incêndio, o pior já registrado em um presídio latino-americano, havia sido passada na quinta-feira ao Ministério de Relações Exteriores do Brasil pela chancelaria de Honduras.

Segundo as autoridades, dos 851 presos e uma visitante que estavam na penintenciária, 353 morreram no local do incêndio, cinco morreram em hospitais próximos e outros cinco permanecem internados. Os demais sobreviventes permanecem no que sobrou da prisão.

Katy Figueroa, que na terça-feira tinha ficado na prisão acompanhando seu marido, o nicaraguense Jaime William Aguirre, foi uma das vítimas fatais da tragédia. Aguirre, segundo informações da imprensa local, disse que sua mulher morreu carbonizada. “Ela se queimou ali, ficou pra trás porque ninguém nos ajudava. Tentei tirá-la do fogo, mas não pude”, contou.

Dos 358 mortos, as equipes de medicina legista identificaram até agora 25, dos quais 16 “já foram entregues a seus parentes”. Para agilizar a identificação dos corpos, equipes do Chile, México e El Salvador, Guatemala e Peru viajaram para Honduras.

O presidente hondurenho, Porfirio Lobo, reconheceu na sexta-feira que houve presos que fugiram durante o incêndio, sem informar quantos e apesar de o Ministério da Segurança e da polícia terem afirmado previamente que não houve fugitivos. Além dos mortos, houve “outros presos que fugiram, mas serão capturados; ou seja, não sei quantos dos que estavam na prisão fugiram, mas eles têm de ser capturados”, declarou o presidente em coletiva.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu na sexta-feira uma “investigação independente” sobre o incêndio na prisão superlotada, cuja capacidade era de 400 presos.

Segundo analistas, o narcotráfico em toda a região (América Central e Latina) lotou as prisões nas últimas três décadas, transformando a superlotação e a violência em um mal comum das prisões da América Latina.

As estruturas carcerárias foram projetadas no começo do século passado, quando não existiam os crimes do tráfico de drogas e a população criminosa era muito menor que a atual. Honduras, em particular, tem um recorde mundial em taxa de homicídios, 82 em cada 100 mil habitantes, segundo a ONU.

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Fonte: ig.com.br