Separação: quanto custa?
Conteúdo publicado por Divulgação em: 03/10/2011 às 19:57h.
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Regina Navarro: O fim do casamento tem ocorrido com mais frequência e com menor tempo de união

[singlepic id=105 w=320 h=240 float=left]Nos últimos anos as separações têm ocorrido cada vez com mais frequência e com menor tempo de união. A aceitação social para as pessoas separadas se generaliza e aos poucos vão se eliminando aspectos que sempre dificultaram a vida dos separados: discriminação dos amigos, dificuldades no trabalho ou na carreira, credibilidade, etc. Mas apesar disso, não é nada fácil decidir uma separação. Além de todos os fatores emocionais envolvidos, existe outro que contribui para dificultá-la ou mesmo torná-la impossível: a dependência econômica.

Em várias culturas a independência econômica esteve diretamente ligada ao divórcio. Na tribo yoruba, da África ocidental, as mulheres sempre controlaram o comércio. Elas cultivavam a terra e depois levavam a produção para um mercado totalmente dirigido por mulheres. Além de comida, levavam para casa dinheiro e artigos supérfluos. Essa riqueza tornava-as independentes, resultando que mais de 46% dos casamentos entre os yoruba terminavam em divórcio. Outro exemplo claro da influência do fator econômico é encontrado na tribo Nadza, da Tanzânia. Homens e mulheres são independentes uns dos outros para a sobrevivência diária. Na década de 60, o índice de divórcio entre eles foi quase cinco vezes maior do que nos Estados Unidos.

Sem dúvida, a autonomia econômica pessoal permite a qualquer um dos cônjuges se separar quando quiser, portanto, há muito menos divórcios em lugares onde existe sujeição econômica entre o casal. No Ocidente, apesar da emancipação feminina da década de 70, a dependência das mulheres ainda é grande. Um advogado que atua na área de família declarou que o casamento pode ser a maior fábrica de traumas e frustrações da humanidade e que nas separações que fez até então, sempre se surpreendeu com a enorme subordinação econômica que as mulheres têm aos maridos.

Quando uma mulher dependente o procura com o objetivo de se divorciar, ele tenta dissuadi-la da ideia. “Eu não posso separar uma pessoa que não tem condições de se manter economicamente sozinha. Eu seria um péssimo advogado se fizesse isso. Jogaria a mulher numa guerra em que ela seria dizimada pelo marido. Há mulheres que dependem do marido para comer. Como é que eu vou separar?”, argumenta.

Mesmo tendo uma profissão, a maioria das mulheres não ganha o suficiente para manter a casa sozinha. A valorização da mulher feminina e romântica tem a ver com isso. Muitas foram ensinadas a pensar que, por serem mulheres, não são capazes de viver por conta própria, que são frágeis, com absoluta necessidade de proteção. Há as que acham até que serem sustentadas é um direito que têm pelo simples fato de serem mulheres. A consequência disso é a grande quantidade das que se veem forçadas a permanecer casadas, tendo que cumprir com esforço suas obrigações sexuais com o marido em troca de casa, comida e algum conforto.

 

Fonte: IG