Violência é reflexo da falta de políticas estaduais, diz coordenador do Gecoc
Conteúdo publicado por Divulgação em: 02/10/2013 às 10:57h.
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Gazetaweb

Alfredo Gaspar de Mendonça diz que Plano Brasil Mais Seguro está fracassado em Alagoas justamente pela ausência de ações locais

 O promotor de Justiça e coordenador do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), Alfredo Gaspar de Mendonça, afirmou, na manhã desta quarta-feira (2), em entrevista à Rádio Gazetaweb, que o Plano Brasil Mais Seguro está “falido”. Ele aponta como causa do fracasso a falta de uma política estadual de segurança que combata sistematicamente a violência, otimize as áreas da saúde e educação e conceda “incentivos” aos agentes da segurança pública que atuam diretamente na investigação, abordagem e prisão dos criminosos.

Mendonça argumenta que há disparidade entre os números apresentados pelos governos estadual e federal e o aumento crescente da criminalidade, refletida em homicídios, sequestros, assaltos e roubos a estabelecimentos comerciais a qualquer hora do dia.

“A tropa está desmotivada e o Brasil Mais Seguro falido. É preciso, também, uma reestruturação das penas aplicadas a autores de crimes hediondos, mas a realidade não muda porque só observamos rigorosidade nos crimes de clamor público”, afirmou.

De acordo com o promotor, a sociedade ainda é vitimizada no que diz respeito a roubos de veículos sob o comando de reeducandos do sistema prisional, ou seja, é grande o número de aparelhos celulares nas dependências de celas. Apesar do fato, o problema é antigo e Alfredo Gaspar frisou ter feito um apelo ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), durante a primeira reunião do Grupo de Gestão Integrada (GGI).

“Fiz a solicitação para a retirada de todos os equipamentos eletrônicos que facilitam a comunicação entre comparsas, o que acabou gerando quadrilhas especializadas em roubos na capital e no interior do estado. Portanto, é preciso que o presídio se cale; caso contrário, não haverá eficácia”, destacou Alfredo ao comentar que recepciona diversos telefonemas direto do sistema penitenciário.

Prisão perpétua

Ao ser indagado pelo apresentador Jeferson Morais, do programa Gazeta Manhã, em relação à prisão perpétua, o promotor de Justiça afirmou ser favorável em determinadas situações, levando-se em consideração que muitos presos acusados de cometer 10 homicídios são soltos e retornam à criminalidade. “Para estes, sim, deveria haver total restrição, visto que o presidiário não terá condição de conviver socialmente e nosso País tem uma indignação momentânea sem discussões sérias e pontuais acerca do assunto”.